sexta-feira, 18 de novembro de 2011

12/11/11 – Um dia de Cólera (Tributo ao Redson) – Galpãozinho – Gama (DF)

Por todo o Brasil foram realizados shows em tributo à memória do grande ativista e humanista Redson Pozzi, vocalista e guitarrista da banda Cólera e um dos principais mentores do Punk no Brasil, falecido em setembro desse ano. O Distrito Federal não poderia ficar de fora dessa e a organização não poderia ter caído em melhores mãos por aqui: Válbert (Alarme) e Gilmar (ARD) se juntaram ao Amarildo (O Subversivo Zine) nessa empreitada, que foi de grande importância e, felizmente, um sucesso. Mesmo com um enorme atraso – que parece que é norma nos eventos produzidos no Galpãozinho – o público não arredou o pé. A banda Prisão Civil foi obrigada a cancelar a sua apresentação e deixou o público órfão do hit “Funcionários”, um dos muitos clássicos da banda paulista Cólera, que com certeza embalaram muitas festas punks mundo à fora. A missão então coube à Canibais, que, em meio a suas músicas próprias, emendou “X.O.T.” e “Medo”, a última, que contou com a participação da pequenina Tuane (vocalista da Penúria Zero e integrante do Coletivo Lobeira), talvez tenha sido um dos destaques de todo o evento. Makacongs 2099 foi ao Gama apresentar sua nova formação – com o líder Phú nos vocais e baixo – e também prestar sua homenagem ao Redson. Tocou 6 músicas próprias, 4 da Cólera (duas com participação do Ítalo, vocalista da Mata Burro, banda de Tocantins), tendo fechado de forma noucateante com a ótima execução de “É natal”. Outra banda que, obrigatoriamente, tinha que estar presente: Os Maltrapilhos. Fizeram uma das melhores apresentações. Apresentaram algumas músicas do CD que está sendo gravado (mais uma vez com produção do velho punk Ed) e diversos covers, dentre os quais: “Garotos do subúrbio” (com o baterista Clebão nos vocais provando que é um excelente frontman e o vocalista Márcio na batera), “Protest and survive”, que entrou no tributo à Discharge (com participação especial do Robson Fofão nos vocais) e “C.D.M.P., Histeria e Dinheiro”, em uma rasgada e comovente homenagem. The Squintz deu seqüência com um belo show, fazendo todos dançarem com seu contagiante punk 77. O destaque ficou por conta de “Sarjeta”.
Até o poeta e punk Cidão, há tempos sumido, deu o ar de sua graça, e recitou uma poesia feita sob encomenda para a situação. Nunca tinha visto tanta gente prestar atenção em um recital de poesia!
O candango de maior proximidade com o Redson foi o Válbert, vocalista, guitarrista e mentor da banda Alarme. A maioria das vezes que a Cólera pisou no DF teve as mãos desse brasiliense envolvido. Talvez, por isso, ele era um dos que se mostravam mais ansiosos e emocionados. Os sons da banda paulista já eram uma constante no repertório da Alarme e para esse dia específico só sofreram uns merecidos acréscimos. A Detrito Federal teve uma recepção incrível, o público cantou desde das antigas canções até as novas músicas que estarão no próximo trabalho de Bosco, Podrão e companhia, entretanto, na execução das músicas da Cólera a Detrito capengou e, para a felicidade geral, foi salva pelo público que cantava tudo a plenos pulmões.
O encerramento se deu com o velho dinossauro do hardcore candango, ARD, que abriu de forma surpreendente com “Águia Filhote”, com Gilmar cantando apenas com seu violão e com um grande coro vindo da platéia. Poucas músicas próprias e mais sons da Cólera, mas foi quando tocou “Adolescentes”, que muitos marmanjos vieram às lágrimas, como o vocalista Gilmar.
Um evento emocionante e merecido. Com toda a certeza do mundo, o inigualável Redson Pozzi estava presente nessa grande homenagem ocorrida no Galpãozinho, do Gama, local onde a Cólera já tocou por mais de uma vez e fez aumentar o número de punks no mundo a cada gig realizada.
Texto por: Fellipe CDC – Fotos por: Amarildo Pereira (O Subversivo Zine)