quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A Sociedade Alternativa na estrada, com destino incerto.

Cena do filme RAUL – O INÍCIO, O FIM E O MEIO 

A vida nem sempre é percorrida por uma estrada margeada por flores. RAUL – O INÍCIO, O FIM E O MEIO é um filme de rock´n roll real. Misturando imagens de arquivo e depoimentos de amigos e fãs, além de familiares, o documentário deixa transparecer rivalidades e mágoas. Apesar da produção ter pendido para algumas figuras, a ponto de deixar a impressão de ser “global” demais, o resultado final ficou muito bom. Assisti ao filme cinco vezes no cinema e vi gente rindo, gente chorando e gente com raiva por causa das cenas mostradas. Até hoje, foi o documentário mais completo que vi sobre a vida de Raul Seixas. Descobri uma postagem no YouTube com o filme sem cortes. Ao compartilhar este link, gostaria de reiterar o que eu disse no início: A vida nem sempre é bela. RAUL – O INÍCIO, O FIM E O MEIO não é um filme politicamente correto justamente por ser um filme de rock´n roll real. Com certa tristeza, reconheci algumas imagens passadas no filme. Por causa de dúvidas levantadas de vez em quando, quanto ao último show de Raul Seixas, sempre repito: a última apresentação foi em Brasília, com abertura da banda Detrito Federal, em 13 de agosto de 1989, no Ginásio Nilson Nelson. Eu estava lá. 

ADVERTÊNCIA: RAUL – O INÍCIO, O FIM E O MEIO contém cenas de satanismo com sacrifício de animais, drogas, alcoolismo, inveja, loucura e discriminação, mas também genialidade, amor e sonhos. ASSISTA AO FILME COM A MENTE ABERTA E O JUÍZO EM DIA! Aí está o link: http://www.youtube.com/watch?v=-BW3yhGwvFQ
(Tomaz André, Zine Oficial)



A “renovação” da cena do DF e Entorno tem gerado diversas discussões e pontos de vistas diferentes.  Na plateia do Rock Cerrado 2012, com a Praça do Cine Itapuã repleta, vi muita gente das antigas e muita gente nova, mas vi poucos integrantes de bandas novas, prestigiando da plateia um evento de tamanha importância, no qual muitas bandas sonharam e ainda sonham tocar, caso a anunciada morte do festival não se concretize. Como editor do Zine Oficial, conheço muitas bandas e seus integrantes. Já fizemos em torno de quatrocentas resenhas em sete anos de publicação e mais de 120.000 exemplares impressos, somadas as 40 edições lançadas até o momento. Mesmo assim, é impossível lembrar de todo mundo. Digo isso avaliando do meu ponto de vista, mas acredito que seja assim com os produtores de eventos também. Talvez por isso, acabam lembrando e convidando mais vezes as bandas que tocam com maior frequência. Vem daí a sensação de “panelas”: uma reclamação recorrente, que parte na maioria das vezes de integrantes de bandas novas, mas também de bandas antigas que se colocam à margem de processos seletivos para os mais diversos eventos ou não conseguem ter acesso aos produtores.

Primeiro, quero registrar minha opinião: acho que quem carrega o piano tem o direito de escolher quem vai tocar. Dito isso, é preciso dizer também que os criadores do Rock Cerrado sempre abriram espaço principalmente para bandas do DF na Região do Entorno Sul. Contrariando o próprio nome, o Grupo Cultural Os Parasitas do Sucesso organizou o Rock Cerrado de 2012, assim como muitas outras edições, tirando dinheiro do próprio bolso e fazendo arrecadação entre amigos e comerciantes, sem patrocínio do governo. SEM NENHUM REAL MESMO! O "apoio" que saiu nos cartazes, com a marca do GDF, foi somente um afago para que as autoridades não embaçassem a montagem do palco em área pública. Integrantes das bandas escolhidas para tocar este ano sempre ajudaram de uma forma ou de outra, mesmo quando não tocaram, a divulgar e a realizar o evento em diversos anos da existência do festival, por isso foram chamadas, ou melhor, CONVOCADAS para o que pode ter sido o último Rock Cerrado do Gama. UMA JUSTA RETRIBUIÇÃO. Não se trata de “panela”, mas de ação. Como não havia patrocínio, as bandas tocaram sem cachê e ainda trabalharam na divulgação. Sendo observador de muitos eventos, e de vez em quando ajudando em algumas produções, acho que para haver renovação, é preciso mais ação das bandas novas. Com a decisão de passar o boné, anunciando o fim do Rock Cerrado, os remanescentes do grupo que criou o festival talvez tenham alertado essas bandas para tal responsabilidade. Quem se habilita a continuar o projeto? Quem se habilita a carregar o piano? Ao contrário de renovar, alguns rostos novos na plateia protagonizaram um fato lamentável, gerando provocações que desandaram para agressão física a um dos artistas, veterano na cena do Rock no DF e Entorno, e consequente reação. A escaramuça, felizmente, foi contida pelo eficiente trabalho da segurança do evento e apoio da polícia militar. O incidente, apesar de lamentável, não tirou o brilho da noite. Pelo que sei, teve quem procurasse o coordenador do Rock Cerrado, se apresentando como autoridade no camarim, prometendo mundos e fundos para que o festival não acabe, devido à sua história e ao grande sucesso que foi o evento deste ano, mais uma vez! Se tais promessas se concretizarem e se o mundo não acabar em dezembro de 2012 como previram os maias, tenho certeza de que haverá Rock Cerrado em 2013. Essa é a hora de novas bandas mostrarem as caras, dos integrantes dessas bandas comparecerem aos shows de outras bandas, fazerem intercâmbios, conversarem com os produtores, com os donos das casas de shows. Existem muitos projetos independentes rolando, muitos lugares por todo DF onde se pode tocar. Veja agenda de shows no site www.zineoficial.com.br .

Tomaz André, Zine Oficial.