segunda-feira, 5 de setembro de 2011

"Independência em Marte"... Só se for! Dê seu próprio grito pelo 7 de setembro de 2011?!


Com a passagem de mais um 7 de setembro, em meio a todas as pompas patrióticas, antes de conclamar outros amigos roqueiros da cena independente a soltarem seu grito de liberdade, vamos começar com um trilha sonora de humor, só para quebrar o clima. Pense, assim, naquele grande sucesso da banda bahiano-paulista Mamonas Assassinas, a versão pornô-chanchada rock "O Vira", da música original "A Festa Ainda Pode ser Bonita". Na verdade, um fado popularizado pela primeira vez no Brasil pelo cantor português Roberto Leal na década de 1970, principalmente depois da versão que ficou conhecida na época como "Arrebita". E ainda falam que os portugueses são bôbos...
Em 7 de setembro, no distante ano de 1822, o príncipe-regente D. Pedro de Alcântara  fazia um percurso de Santos até São Paulo, em missão pacificadora de algumas rebeliões, para, às margens lamacentas do Riacho Ipiranga, decretar a independência do Brasil, defazendo a união com Reino de Portugal e Algarves. Dizem as más línguas que na verdade ele teria ido atrás de Domitília de Castro do Canto e Melo, com quem já mantinha um caso secreto, longe da Corte no Rio de Janeiro, o que se tornaria público anos mais tarde.
Consumando uma idéia que surgiu ainda no Império, a Capital do Brasil passou a ser Brasília, no interior do País, já em 1960, uma fase conturbada da República. Tenham calma, amiguinhos e amiguinhdas. A narrativa didática prossegue um pouco mais, só que acelerando o ritmo para aquela música da banda candanga Legião Urbana: “Que País é Esse?”, refrão inspirado em uma frase do político Francelino Pereira, apoiador do general-presidente Geisel. Com a reabertura política, a Capital passou a ser um lugar dedicado ao exercício pleno da democracia brasileira, ou pelo menos de discussões intermináveis sobre mazelas engendradas por políticos de todos os recôncavos da “Pátria Amada, idolatrada, Salve, Salve-se quem puder”, como diriam Os Inocentes, banda punk de São Paulo.
Um amigo paulista que bebe traçado no Bar do Pedrinho, no Setor Gráfico, em Brasília, disse que o primeiro Dom Pedro era a prova irrefutável de que “se as garotas do Rio fossem lá essas coisas, como os cariocas sempre afirmaram, o imperador não viajaria tantas léguas até São Paulo só para comer a Marquesa de Santos”, que nem tomava sol nem tinha um “Biquíni de Bolinha Amarelinha”. A piada é velha, já tinha lido em uma revista. De qualquer forma, opinião é opinião. Eu sairia de qualquer show de rock em Brasília para comer a Marquesa, fosse onde fosse, caso a Maitê Proença estivesse no papel da nobre brasileira, como naquela minissérie que ficou famosa em 1984, exibida pela extinta TV Manchete, em horário desaconselhável para menores de 14 anos, a minha idade na época. Há contemporâneos que preferem atrizes da atualidade, mas, como já foi dito, opinião é opinião.
Taras à parte, a Semana da Independência do Brasil, na verdade, deu o mote ideal para tentar libertar alguns leitores contumazes para o exercício pleno do seu direito democrático de opinar aqui no Blog do Zine Oficial, esse “defensor perpétuo” da cena independente da Capital Federal. Para isso, outro pequeno momento didático, agora com uma balada folk, na voz de Raul Seixas: “Coisas do Coração”. Dom Pedro andava uma distância enorme para encontrar-se com a Marquesa de Santos, mesmo assim ficou falado. A língua do povo é foda, não acredita em amor mesmo, só safadeza. Os dedos de muitos eleitores acompanham a boca, bolinando teclas sem o menor compromisso a cada votação.
Indo direto ao assunto, introduza no player toda fúria daquela canção dos Titãs: “Polícia”!

Algumas pessoas não postam seus comentários publicamente por timidez ou por temerem ser policiados, censurados... Isso aqui não existe! Os tímidos assumidos preferem mandar e-mails sobre as matérias, pedem discrição para não criar tretas, tudo bem... Mas tem aqueles que lêem a matéria aqui e tascam comentários no Orkut e no Facebook, percorrendo uma distância quase tão grande quanto Rio e São Paulo, no lombo de burro, sem trocadilhos, prontos para dar o seu grito de liberdade, sem se importarem com patrulhamento ideológico ou de qualquer outra verve. Mas o ideal mesmo é deixar os comentários aqui, junto à matéria, para que mais pessoas saibam de qual assunto se trata e comentem também. Isso fortalece!
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Para inspirar um pouco neste momento específico da Semana da Independência do Brasil , sugiro lembrar-se de alguns rocks relacionados ao tema, em termos gerais, tipo aquela música da banda Capital Inicial: “Procuramos independência, acreditamos na distância entre nós!”. Não precisa ser só política, não precisa ser só sexo, não precisa ser só grana. Puxe pela memória, indique um link para a galera escutar a música que você citar! Vá pegando o jeito aí... Em outras matérias, sua habilidade para comentar as coisas vai estar cada vez mais clara, divertida e prazerosa, como as escapadas de Dom Pedro para Santos! Não se acanhe: Deixe seu grito de independência, de revolta, ou de orgasmo!
"Independência em Marte"...  Essa frase eu copiei de um História em Quadrinhos do cartunista Luís Gê, que saiu em uma das edições da Revista Circo, editada em São Paulo nos anos 1980, se não me falha a memória. Qual o grito que você quer dar no 7 de setembro de 2011?! Bole a sua frase e poste aqui! Como diria a banda punk candanga Detrito Federal, "O vírus do Ipiranga não é mais que um vício. Salve, salve Pátria terra. Bandeira sem cor. Idolatrada geração do medo."

(Tomaz André, http://www.zineoficial.com.br/ )

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