quinta-feira, 26 de maio de 2011

Lábia de um palestrante, banda Lábia e debates sobre os labirintos do cenário Underground do DF e do Entorno...

TEXTO ATUALIZADO APÓS O EVENTO - Com o objetivo de promover palestras sobre movimentos existentes na cena do Rock no DF, mostrando seus objetivos e ideias, a ABBROCK, Associação de Bandas de Rock de Brasília, convidou coletivos, entidades e militantes da cena roqueira local para uma rodada de dois dias de debates no auditório 2 do Museu Nacional da República (Esplanada dos Ministérios, ao lado da Catedral). A palavra foi aberta também bandas e coletivos do Entorno.

O primeiro dia do Circuito ABBROCK foi agendado para o dia 21 de 2011, sábado, e o segundo aconteceu no para sábado seguinte, dia 28. Na primeira ocasião, estavam listados para o encontro os coletivos Uma Visão Geral, Esquina, Vegano e Lobeira, além de palestra com Alex Podrão, da banda Detrito Federal e que há pouco menos de um mês também voltou aos palcos com a marcante BSB-H. Contando com a participação do parlamentar Professor Israel, eleito deputado distrital em 2010 pelo PDT, os debates enfocaram o mercado de música em Brasília e análise de novas propostas de políticas públicas para a cultura do rock no DF. No segundo dia, a programação inclui apresentação do projeto para quem não conseguiu comparecer na primeira rodada, encerramento e apresentação de propostas com base no que foi debatido, incluindo as observações feitas no sábado anterior e os pontos assinalados por novos palestrantes, entre os quais, o pessoal que edita a revista eletrônica e apresenta o programa Vida Candanga, e a galera do recém formado Coletivo Zona Restrita, além de intervenção inicial do produtor Paulo, também músico da banda hardcore QUEBRAQUEIRO. Outras participações que não estavam na programação divulgada também foram muito importantes no decorrer do encontro. Coube a mim, Tomaz, a incumbência de usufruir o tempo dedicado ao Zine Oficial nessa rodada.

Convidado a falar sobre a importância dos fanzines na cena roqueira, confesso que, mais uma vez, fiquei com medo, pois se tratava de palestra pública e nunca fiquei muito à vontade diante de platéias. No entanto, às vésperas do compromisso, a caixa de e-mails do Zine Oficial me alertou sobre a importância do contato olho no olho nos tempos de internet. O leitor Carlson Finch, contumaz interlocutor na rede, pediu que divulgasse o novo som de sua banda, LÁBIA, de Valparaíso de Goiás, a qual, tenho que mencionar, nunca ouvi tocando ao vivo até o momento – motivo pelo qual estranhei as influências listadas no bate-papo do G-mail, quando fiz a pergunta. A resposta percorreu nomes como Mudwayne, 36 Crazyfists, Pleymo, Pantera e “uns reggaes”.

Para um velho fanzineiro, é bastante incomum falar sobre bandas undergrounds locais que nunca tenha ouvido tocando ao vivo e sobre bandas de outras regiões que não enviaram material físico para resenhas.

No entanto, a escolha da internet para divulgação de músicas que sequer foram tocadas ao vivo tornou-se cada vez maior entre novas bandas, como é o caso da LÁBIA. Carlson lamenta que, mesmo com curta trajetória, mais ou menos um ano de existência, seu grupo só tenha se apresentado uma única vez até o momento, em Goiânia. As razões são muitas e, a maioria, as mesmas de bandas antigas: falta de oportunidades, mudança de integrantes, dificuldades financeiras.

Reportando a linha de raciocínio que pretendia seguir no segundo dia de debates do CIRCUITO ABROCK 2011, sobre a cena roqueira atual no DF e Entorno, ressalto que a principal importância dos fanzines sempre foi ir aonde se mantém vivo o underground, conferindo in loco e divulgando o trabalho de produtores que abrem espaços para novos artistas. Não que a poderosa ferramenta virtual que estou usando nessa postagem não seja importante, qual imprescindível, nos tempos modernos. Porém, muitas bandas têm se afastado do público e o público se afastado das bandas pelas facilidades da era virtual. Por esse motivo, reafirmo, continua crescente o pedido de resenhas através da internet. Me pego sem uma resposta convincente sobre o fato de não abrirmos, neste momento, destaque para trabalhos de bandas do DF e Entorno que ainda não tivemos oportunidade de acompanhar ao vivo, principalmente pelo respaldo que muitos internautas dão ao site do Zine Oficial, a versão eletrônica do Zine Oficial impresso. Enquanto afinava a própria lábia para a palestra e pensava na resposta que tento dar a mim mesmo e aos parceiros de labuta, no site do Zine, deixei aqui o convite para os leitores ouvirem o som da banda LÁBIA, atendendo ao empenho do baterista Carlson, que pediu a divulgação do link  http://www.myspace.com.br/567827283. Coincidência extrema, tenho dito! O E-mail dele chegou justamente no meio de mais uma reflexão sobre o assunto: zines impressos x zines eletrônicos; bandas cover x bandas autorais; estilos x estilos.

Tomaz André, http://www.zineoficial.com.br/

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Brasilienses de Coração

Domingo, dia 22 de maio de 2011, contemplou brasilienses de diferentes gostos musicais dentro do rock e subgêneros. No Toinha Rock Bar, incondicional e agradabilíssimo reduto do rock na QN 208 de Samambaia Norte, o Liven Up Metal Fest reuniu as bandas candangas Elffus, Kábula, Terror Revolucionário, Under the Ruins, Coral de Espíritos e Seconds of Noise para uma noite de muito peso, passeando do death metal ao hard rock. 

Os amigos Rômulo "Poser" Campos, do Underground Zine, e Fábio "Frajola" Guedes, do Acid Farted Zine, foram os organizadores do evento. Além das apresentações a vivo, a festa começou a partir das 15 horas com som mecânico, com entrada a simbólicos cinco reais. Aliás, o Liven Up Metal surgiu assim, apenas como uma festa de som mecânico e, já em sua segunda edição, cedeu espaço para as bandas autorais numa mistura de estilos dentro do segmento pesado: hardcore, hard rock, heavy e death metal.

Para a galera mais sossegada, no mesmo dia Liven Up Metal em Samambaia (22/05/2011), rolou show gratuito na Torre de TV com a banda de ska e pop rock Paralamas do Sucesso. Ainda há quem pense que o trio atual formou-se na Capital Federal nos anos 1980, quando misturava rock e reggae. Hebert Vianna (guitarra e vocal) e Bi Ribeiro (baixo) moraram, sim, em Brasília, quando se conheceram ainda crianças. No entanto, o conjunto foi formado no Rio de Janeiro no final dos anos 1970, com o baterista Vital, que em 1982 deu lugar a João Barone. O Reencontro com a Capital Federal foi caloroso: grande presença de público com os hits da banda na ponta da língua.

O show fez parte do projeto Eu faço Cultura 2011, que realizou ainda uma oficina de percussão gratuita. Essa apresentação deu início também à campanha Sou Brasiliense de Coração, que visa resgatar e despertar o orgulho de ser cidadão candango, por nascença ou adoção.

No repertório a Paralamas do Sucesso rolaram canções novas e várias outras que marcaram Brasília na década de 1980 e até uma puxada do refrão da  música Sociedade Alternativa, em homenagem que Herbet Vianna fez ao "Mestre Raul Seixas", como gritou do palco, fazendo a galera cantar junto. A abertura ficou por conta da banda Jambrosia. O acesso era livre, mas quem levou 1kg de alimento não perecível teve direito a ficar na área VIP. A arrecadação de alimentos foi feita para beneficiar instituições que assistem pessoas com dificuldades financeiras ou com problemas de saúde.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Noisé Underground: festival promovido por roqueiros agita Rodoviária Velha de Unai/MG

MATÉRIA ATUALIZADA APÓS O EVENTO - Na cidade mineira de Unaí, distante 153 km de Brasília, aconteceu a segunda edição do Festival Noisé Undergound. Foi sábado dia 21 de maio na Rodoviária Velha, na rua Governador Valadares, começando a partir das 17h, com entrada gratuita.

O Noisé Underground nasceu em 2010 com um propósito nobre: dar o primeiro passo para a reutilização da Rodoviária Velha como espaço cultural. Na ocasião, foram convidadas bandas de Brasília e Montes Claros para somar forças na luta das bandas de Unaí. Quase duas décadas antes, o antigo terminal de ônibus interestaduais da cidade funcionava em um imóvel particular, pertencente a um senhor cuja residência seria em Belo Horizonte. A primeira ação estratégica decidida pelos idealizadores do festival foi a de localizar e encaminhar ao proprietário, logo após o evento, o vídeo "Rodoviária Velha, Patrimônio Novo". Trata-se de um documentário de aproximadamente trinta minutos mostrando a relação sentimental dos moradores de Unaí com o velho pavilhão em forma de "U", que ano após anos viu crescer o número de boxes comerciais fechados, deixando todo complexo em lastimável estado de degradação.

En 2011 a situação da Rodoviária Velha de Unaí está a mesma e a luta pela transformação do local em espaço cultural continua. As bandas de rock Selenita e Sem Destino, do Jardim Ingá e de Valparaízo (Goiás), Amado Ramone (Paracatu MG) e Capitão Graveto (Unaí), além de grupos de RAP e Street dance, somaram forças para procurar levar o projeto adiante. Outras informações podem ser obtidas pelo e-mail auserio@gmail.com.

Em 2010, o  Zine Oficial fez uma edição impressa (número 26) dedicada ao primeiro Noisé Underground, com tiragem de 1.000 exemplares. Em 2011, devido à correria de outros projetos em Brasília, não foi possível contribuir da mesma forma com os organizadores do Festival, mas permacemos solidários à luta pela transformação da Rodoviária Velha de Unaí (MG) em espaço para atividades culturais.  (Tomaz André, www.zineoficial.com.br )

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Zine Oficial número 34 - Headbanger´s e zumbis invadem as ruas do Cruzeiro/DF

Saiu o Zine Oficial impresso número 34 com tudo sobre o Headbanger´s Attack! O exemplar impresso pode ser pego gratuitamente nas lojas do circuito underground do DF, principalmente CONIC, Gama Shopping e Taguatinga.

A edição traz todos os detalhes sobre o Headbanger´s Attack 2011 que acontecerá dia 07 de maio, sábado, no Círculo Operário do Cruzeiro, no Cruzeiro Velho. Antes, porém, dos hinos undergrounds começarem a ser entoados, a parceria inusitada com o Zombie Walk  (grupo que costuma andar pelas ruas de cidades por todo mundo com seus integrantes fantasiados de zumbis) dará uma cara “desfigurada” ao aguardado encontro anual do Headbangers Attack 2011. A prévia da caminhada zumbi partirá às 17 horas da Feira Permanente do Cruzeiro Novo, deixando seus rastros pela quadra 02 do Cruzeiro Velho, pelo Cruzeiro Center e pelo Mercado do Cruzeiro, antes de chegarem ao Círculo Operário, local onde – já devidamente alimentados pelos cérebros cruzeirenses – os caminhantes mortos-vivos deleitar-se-ão com o melhor do som underground com as bandas Chemical Exposure, Red Soil, Low Life, Zilla, WCM (GO), I.T.D. e Deceivers, além da volta aos palcos da marcante e incendiária BSB-H, depois de 15 anos de silêncio! À frente da BSB-H, o vocalista Alex Prodão concedeu entrevista exclusiva para o Zine Oficial número 34. Se você não conseguiu um exemplar impresso, leia cópia digital fiel à edição publicada em papel no site http://www.zineoficial.com.br/ . Boa leitura! (Tomaz)