sábado, 21 de abril de 2012


Livro que retrata a cena musical 
independente é lançado em Brasília

O gestor cultural Pedro de Luna, do Rio de Janeiro, vem à capital para lançar seu livro “Niterói Rock Underground (1990-2010)” no dia 05 de maio na Livraria Cultura. 


Durante a década de 90, a cena musical independente nacional (que já ganhou nomes como indie, alternativa, underground, entre outros) viveu uma grande movimentação, antes mesmo da popularização do computador pessoal, do surgimento da internet e de todas as facilidades que os meios digitais trouxeram. No começo daquela década, músicos iniciantes gravavam suas músicas em fitas cassete conhecidas como demos, divulgadores da cena editavam fanzines impressos em fotocópias e o público se comunicava com estes músicos e fanzineiros através de cartas.  

Neste ano, o agitador cultural Pedro de Luna, que viveu intensamente aquele período, principalmente no Rio de Janeiro, lançou o livro “Niterói Rock Underground (1990-2010)”, com pontos de vista particulares sobre o underground no Brasil, relatando muitas histórias sobre os envolvidos neste cenário, em especial as bandas de rock, sejam as que permaneceram nos subterrâneos, sejam as que alcançaram o estrelato (como Planet Hemp, Raimundos, O Rappa, Los Hermanos e Pato Fu).

O autor estará em Brasília no dia 05 de maio para fazer o lançamento do livro no mesmo dia do projeto Caça Bandas, com show das bandas Horta Project (instrumental) e Red Old Snake (trash metal). No sábado, a partir das 19h, ele estará autografando a obra na Livraria Cultura do Shopping Casa Park, com entrada franca. Na ocasião a publicação estará sendo vendida por apenas R$ 54, quase de graça para tanta história distribuída em 224 páginas com acabamento luxuoso em capa dura e papel couché.

Publicação independente foi viabilizada por crowdfunding direto

Desde os oito anos, o jornalista e gestor cultural Pedro de Luna mora em Niterói, cidade que aprendeu não só a amar, mas defender. A partir dos 18 anos se envolveu com a cena independente local editando fanzines, empresariando bandas, produzindo eventos e viajando para os mais diversos festivais do país, sempre levantando a bandeira niteroiense. “Era como uma missão. Eu queria colocar ‘Nikiti’ no mapa nacional. Escrevia dezenas de cartas por semana, panfletava, ia pra shows sempre divulgando o município e seus artistas”, explica.  

O livro teve um processo de pesquisa que durou dois anos, em que se debruçou sobre seu acervo pessoal de CDs, fitas demo, fotos, cartazes, fanzines e flyers. “Abri cada pasta no fundo do baú e a parti da li fui organizando tudo cronologicamente. Depois realizei entrevistas com pessoas essenciais e conferi algumas informações através da internet e trocando e-mails, principalmente valores e datas”, conta.  

Fato curioso é que o livro foi aprovado duas vezes por uma editora, mas nunca foi lançado por ela. Diante desta situação, Pedro de Luna o editou por conta própria, arrecadando financiamento através da venda antecipada para os amigos (processo conhecido como crowdfunding direto) que, em troca, tiveram seus nomes impressos nos agradecimentos. Em três semanas, o livro vendeu a primeira edição de 120 exemplares. Hoje o título está na terceira edição, com mais de 600 exemplares vendidos. 

Conexões candangas

Apesar de ter a cena independente do Rio de Janeiro como microcosmos para boa parte dos relatos, “Niterói Rock Underground (1990 – 2010)” também aborda artistas, eventos, e outras citações do Distrito Federal. 

No livro, Pedro de Luna fala do festival Porão do Rock. Na primeira edição do evento, ele foi o único jornalista carioca que aceitou o convite para conhecer a iniciativa. “No avião do Rio para Brasília só tinha eu, a produtora Elza Cohen e o falecido músico e produtor Tom Capone”, lembra o autor, que naquela noite virou fã do Maskavo Roots e não vai ao festival desde 2006. “Foi a última vez, quando aconteceu o último show do guitarrista Rodrigo Netto com os Detonautas, antes de ser assassinado no Rio. Na ocasião eu escrevi um belo texto a respeito que foi publicado no site do Porão”.

Ainda sobre o Porão, ele também se recorda do show do Móveis Coloniais de Acaju, quando ganhou o CD demo do grupo. “Acho que foi em 98, e eles tocavam de terno, muitos anos antes de terem música em programa de TV e fazer sucesso”. Não a toa, quase dez anos depois, Pedro organizou um show da banda em Niterói, cujas fotos estão entre as mais de 300 do livro. 

E também graças ao festival, estabeleceu uma relação de intercâmbio com a banda Bois de Gerião. “Adorava o ska deles e eu tinha tudo, das fitas cassete aos CDs que foram lançados depois. Coloquei no livro a capinha de uma coletânea deles em cassete”.

Outras recordações brasilienses que estão no livro são bandas como DFC, 10zero4, Low Dreaw, Os Cabeloduro, Little Quail and the Mad Birds, Rumbora, Sem Destino, Abhorrent e OZ – estas duas participaram da coletânea “Brasil Alternativo”, lançada em CD entre 93 e 94 pela gravadora independente Polvo Discos, onde Pedro era estagiário. O jornalista também dá bastante destaque aos fanzines, destacando o Brenda Washer, que na época era impresso em gráfica e um dos melhores da capital federal.

Para quem gosta dos Raimundos, há fotos raras da apresentação da banda em Niterói, no lançamento do primeiro álbum. “O Rodolfo ainda tinha aqueles dreadlocks enormes e tive a oportunidade de gravar uma entrevista em vídeo. Gostaria de incluí-la no documentário que pretendo lançar este ano por que as ideias são muitas”, conta Luna, que coordena um coletivo com 200 bandas autorais, o Arariboia Rock.

Serviço: 
Lançamento do livro “Niterói Rock Underground (1990-2010)”, de Pedro de Luna 
Data e horário: 05 de maio, sábado, a partir das 19h 
Local: Livraria Cultura do Shopping Casa Park
Endereço: SGCV - Sul, Lote 22 - Loja 4-A, Zona Industrial, Guará – DF
Telefone: (61) 3410-4033
Entrada franca 

“Niterói Rock Underground (1990-2010)” na internet:

Para alegria dos Headbangers... 

O Total Metal Festival acontecerá dia 28 de abril de 2012 e conta com a presença de todos os ardorosos fãs de heavy-metal espalhados pelo Distrito Federal e as suas cidades do Entorno.

O evento começará às 17 horas - de um sábado que a meteorologia promete ser de muito sol – com a banda NOCTURNED, um trio de headbangers oriundos do Paranoá e praticante de um thrash com muita influência de death-metal.

Na seqüência a WARCURSE subirá ao palco pela terceira vez para mostrar a força de seu metal pesado e rápido, que em muito lembra a Flashover, banda candanga de muito prestígio junto aos bangers locais.

Pouco antes das 7 da noite o Círculo Operário do Cruzeiro Velho acolherá, mais uma vez, a banda SLAVER, oriunda de Águas Lindas do Goiás e um dos grandes nomes da safra thrash da região centro-oeste, que é sempre garantia de um show energético, frenético e disputado.

Saindo do Gama mais uma vez para aportar no Cruzeiro, a SILENT RAZE mostrará a razão de ser uma das bandas mais comentadas no momento quando o assunto é metal candango. O thrash praticado por esse trio tem fortes influências de heavy e de hard-rock, algo que acaba diferenciando-a das demais.

Próximo às 21 horas a ISOLATE, que reúne músicos experientes vindos de diferentes localidades do DF, mostrará as músicas de seu novo trabalho e também de seu primeiro CD demo. A sonoridade continua a mesma, ou seja, death-metal absurdamente técnico e agressivo.

O encerramento ficará a cargo da ACID SPEECH, que nasceu na Ceilândia e, literalmente, ganhou o mundo graças ao CD demo “Corrosive riot”, que recebeu diferentes versões (LP, CD e fita cassete) em outros países (Ásia e Europa). É o thrash brasileiro ganhando o globo terrestre.

Ou seja, para quem gosta do bom, velho e imortal som metálico, será um evento imperdível.

Aos pagantes, além de prestigiarem um belíssimo concerto heavy-metal, ainda poderão - caso tenham sorte - de sair do TOTAL METAL FESTIVAL com um cdzinho nas mãos. 

(Fellipe CDC)



TOTAL METAL FESTIVAL – 28/04/12 – sábado – às 17 horas – Ingresso: 10 reais.

APOIO:
KINGDOM COMICS (3223-7852), SABOTAGE CAMISAS (9815-1949), MUSIMED INSTRUMENTOS MUSICAIS (3225-6820), ARTISTIK SERIGRAFIA (3352-4449), RADIKAOS CAMISAS (3021-1257), WWW.ZINEOFICIAL.COM.BR , ESTÚDIO HALEN (3351-3971), TATTOO WEST (3563-2629), CENTRO CULTURAL FERROCK  e CULT 22 100,9 FM.
(Dêem preferência para quem incentiva a nossa cultura underground!)

sexta-feira, 20 de abril de 2012


Uma ideia séria para revitalização 
da Rodoferroviária de Brasília:
Passadas as comemorações pelo aniversário de 52 anos da capital, 
o rock poderia ganhar de presente o reconhecimento pelo que fez
pela divulgação cultural da cidade.

Além de "Capital do Rock", título pomposo de idos tempos, Brasília é conhecida por outras alcunhas, nem sempre agradáveis, quase todas associando genericamente a cidade à corrupção e conchavos políticos. 21 de abril, além de aniversário de Brasília,  também é data do enforcamento de Tiradentes, o bode expiatório da conjuração mineira, grupo de inconfidentes que queria INDEPENDÊNCIA. O conchavo que enforcou o Alferes e a palavrinha mágica INDEPENDÊNCIA linkou algumas coisas em minha cabeça. Se por um lado faltou espaço para mais bandas de rock  do DF e cidades próximas participarem da programação oficial do aniversário de Brasília, a cena continua, com shows em diversos locais, onde o rock sempre rolou, independentemente de datas festivas. Claro que um palco exclusivo para bandas de rock no aniversário de Brasília seria um merecido reconhecimento ao trabalho de gerações de roqueiros, que muito fizeram  pela divulgação cultural do DF. Bem, não podemos chorar o leite derramado, o negócio é insistir na ideia de mais espaço, ano após ano: um dia a causa vence. Mas, efetivamente, o  que tem isso com o enforcamento de Tiradentes?! Na verdade, nada. A referência é um simbolismo sarcástico. Unindo independência, o rock de Brasília, Minas Gerais e corda no pescoço, 8 (oito) bandas do DF, mesmo com todas as dificuldades que bandas independentes enfrentam, encontraram espaço para tocar em Unaí, aqui pertinho, cidade mineira que integra a cena roqueira do DF e Entorno... As bandas do Distrito Federal que vão tocar em Unaí, no dia 21 de abril de 2012, são: ESTAMIRA, CANIBAIS, MARMITEX S.A., PHRENESY, PODRERA, LIS NEGRA, PRISÃO CIVIL  e RISING. Vão sair três vans do Paranoá (DF) e dois ônibus de Taguatinga (DF). O Noisé Underground é responsável pelo movimento em defesa da transformação da Rodoviária Velha de Unaí em ponto de cultura.O festival já está no 3º ano, insistindo na ideia do espaço cultural.  Voltando à Brasília, que tal fazermos algo parecido pela transformação da Rodoferroviária, no final do Eixo Monumental, em ponto de cultura?! Já pensaram? A Rodoferroviária está abandonada, seria uma ótima forma de aproveitar o espaço, com shows de Rock. O local é de fácil acesso para muitas cidades! Fica aí uma sugestão de pauta para os mais engajados...  

Tomaz André, editor do Zine Oficial
(Saiba mais sobre o rock que rola no DF e Entorno em www.zineoficial.com.br )