sábado, 18 de agosto de 2012

Angelo Agostini e mais de 3.000 artistas gráficos

Você, que está habituado a entrar nesta página buscando informações sobre o rock que rola no DF e Entorno, não estranhe esta postagem. Muitos músicos e produtores locais estão  diretamente ligados ao assunto que vou abordar agora: a arte visual.

Recebi de São Paulo um e-mail de divulgação que motivou esta resenha. O site do designer gráfico e ilustrador Faoza avisa que ele é um cara que  trabalha para revistas, livros, páginas da internet, publicações corporativas e faz desenhos para embalagens e peças publicitárias. Diz ainda que mora na capital paulista com sua mulher, filho e dois "ferozes" cães de guarda da raça Shitzu. Muitas vezes a gente não liga o nome à pessoa, nem a pessoa ao trabalho, mas certamente, pelo Brasil afora, você ou alguém próximo já folheou revistas com trabalhos de Faoza. Quem procura por outros artistas gráficos e ilustradores brasileiros também sofre com a falta de informações sobre os mesmos, sejam considerados ícones ou não.


Resultado de uma pesquisa iniciada em 1998 pelo ilustrador paulistano Faoza, referenciado no primeiro parágrafo desta postagem, o site Tupixel é uma ferramenta para quem busca informações sobre desenhistas brasileiros ou radicados no Brasil. Em seu banco de dados, provavelmente o maior do gênero no País, com mais de 3.000 artistas cadastrados, o visitante irá encontrar links e imagens de referência de grandes mestres do passado, de renomados desenhistas profissionais e de iniciantes desta arte tão presente em nosso dia-a-dia, seja nas mídias impressas, seja pelos meios digitais. Alguns artistas, listados por ordem alfabética, ainda não têm links ativos, mas acredito que ao longo do tempo o Tupixel seja cada vez mais aprimorado. Desde o surgimento em 1998, com o nome provisório de "Casa dos Bonecos", a ferramenta de pesquisa foi tomando corpo e recebendo colaborações de amigos, colegas e admiradores do desenho feito no Brasil. A partir de março de 2010, o site passou também a receber indicações dos internautas.

http://www.tupixel.com.br/
A lista de artistas do Tupixel é extensa e diversa. Impressiona também pelo período abordado: de Angelo Agostini, artista italiano que residiu no Brasil (São Paulo -1860) - reconhecido por pesquisadores como um dos pioneiros em âmbito mundial - até desenhistas da atual geração digital. Entre os nomes cadastrados, o internauta encontrará links para trabalhos de Flavio Colin, Carlos Zéfiro, J. Carlos, Jayme Cortez, Jaguar, Benicio, Henfil, Ziraldo, Mauricio de Sousa, Glauco, Laerte e Angeli, "para citar apenas alguns nomes mais conhecidos do grande público", como avisa o criador do site Tupixel. Faoza, diz ainda que espera que a pesquisa dos visitantes seja tão prazerosa quanto foi, "e ainda está sendo", a dele, desde que teve a iniciativa de criar a ferramenta de pesquisa, voltada para profissionais, estudiosos e todos aqueles que desejam ter uma visão panorâmica do desenho feito em terras tupiniquins.

(Tomaz André, www.zineoficial.com.br)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O Mito da Caverna e a internet


Platão
Não existiam computadores no século IV a.C., quando filósofo grego Platão escreveu o Mito da Caverna, texto conhecido também como Alegoria da Caverna, Prisioneiros da Caverna ou Parábola da Caverna. Às vezes eu viajo longe no tempo! Fazendo uma associação entre os prisioneiros da caverna, descritos por Platão, e alguns usuários da internet, concluo que as pessoas determinadas a se envolver efetivamente na cena roqueira do DF e do Entorno, e também interagir no cenário nacional, deveriam sair mais de trás do computador e viver a vida real. Acredito que o contato pessoal e o intercâmbio dissipam conceitos pré-estabelecidos ou pelo menos fazem as pessoas se conhecerem melhor antes de chamarem umas às outras de amigas. Ou inimigas. 
A íntegra do texto O Mito da Caverna, caso alguém decida aprofundar-se um pouco mais, encontra-se no sétimo livro da obra A República. Em seu enredo, Platão convida o leitor a imaginar um muro bem alto separando o mundo externo e uma caverna. Na caverna existe uma fresta por onde passa um feixe de luz exterior. No interior da caverna permanecem pessoas que nasceram e cresceram ali, acorrentadas e forçadas a olhar somente a parede do fundo do lugar onde moram, onde são projetadas sombras de outros seres humanos que, além do muro, mantêm acesa uma fogueira. Pelas paredes da caverna também ecoam os sons que vêm de fora, de modo que os prisioneiros associam tais vozes às sombras. Assim, julgam que essas sombras sejam a realidade. Em um determinado momento, um dos prisioneiros consegue se libertar das correntes que o mantém longe do mundo exterior. Ao sair ele descobre que as sombras eram feitas por homens como ele. Caso o fugitivo decida voltar para revelar aos seus antigos companheiros a realidade, segundo Platão ele correrá o risco de ser ignorado ou morto. Em minha opinião, a verdade absoluta é perigosa no sentido de que a certeza de uma coisa, e a pré-disposição  por uma leitura dinâmica, muitas vezes impede que pessoas que não se conhecem travem debates construtivos na rede mundial de computadores. Alguns textos passam como sombras projetadas tremulamente na tela do micro, como as sombras da caverna de Platão. Nos dois casos, as pessoas vêm o que querem ver.
Tenho um exemplo oportuno: fui chamado de chato no Facebook porque questionei uma das inúmeras campanhas que chegam por aquela rede social. O pior de tudo é que eu nem estava discordando da tal campanha, apenas pedindo mais informações e tecendo comentários sobre alguns pontos de um boicote ao projeto de um deputado, que homenagearia Renato Russo, líder da banda brasiliense Legião Urbana. Jamais votaria no referido parlamentar, muitas vezes denunciado em casos de corrupção, mesmo assim fui taxado de puxa-saco só porque caí no “erro” de questionar os termos utilizados no tal boicote, em um assunto nem de tamanha relevância. Resultado: além de me chamar de chato e me mandar tomar no cu, finalmente o promotor da tal campanha me excluiu da lista de seus amigos virtuais. Talvez eu seja chato mesmo, mas melhor ser chato do que “populesco”. O que eu não curto eu não curto, mas respeito a opinião de quem curte. Pelo menos na maioria das vezes, é claro. Tem coisas que não dá para aguentar. Não sou nem tanto de ir pela sombra, nem burro de me jogar na fogueira. Reportando o fato, e mais uma vez entrelaçando comparações entre coisas distintas, faço coro com as palavras da banda paulista O Mito da Caverna, que tocará em setembro pela primeira vez em Brasília, acompanhada pelas bandas brasilienses Omfalos, Subterror e Soror. Ao abrir aspas para as palavras da banda paulista, ressalto que são palavras que caem como luva para ilustrar que a internet tem sido uma caverna de intolerância, luz inadequada para leitura mais atenta e recorrentes casos de má interpretação de textos. Vamos à transcrição Ipsis litteris, assinaladas com aplausos meus:

Certamente queremos dividir pensamentos com você, porém não temos a menor intenção de te agradar ou ser agradados por você. Não queremos de forma alguma forçar teatros de antipatia, menos ainda continuar a realizar a apatia.” Aplausos meus 1!

A banda reforça que o internauta deve estar “ciente de sua inclinação pelo grande (e por ora perdido) sentido da vida: Liberdade”. Cutucando quem não consegue lidar com pontos de vistas diferentes, o grupo Mito da Caverna diz ainda: “Esteja certo de que você não carrega consigo conceitos homofóbicos, direitistas ou inflexíveis de esquerda; de que não nutre patriotismos, xenofobia e juras a bandeiras de nenhuma espécie. Caso se encaixe em algum desses itens e, ainda assim, insistir em acessar-nos, que ao menos esteja aberto a debater racionalmente e sem ameaças e ofensas os seus pontos de vista.” Aplausos meus 2!

Tomaz André, www.zineoficial.com.br

Ah! A postagem dos comentários acima foi estimulada pela passagem da banda paulista O Mito da Caverna por Brasília. Foi a primeira apresentação da banda na Capital Federal. Para registro, deixo abaixo detalhes de todas as bandas que se apresentaram no evento, realizado a partir das 18 horas no dia 8 de setembro de 2012 , no Bar Raízes, na quadra 408 da Asa Norte, com ingressos a R$ 8,00.

Mais detalhes sobre as bandas do festival:

MITO DA CAVERNA (Funeral Doom - SP) www.myspace.com/omitodacaverna

O estilo da banda pode ser chamado de Funeral Doom ou Grindcore Morto, fica a seu critério. Pela primeira vez no DF, a banda aproveitará esse evento pra divulgar seus 2 últimos lançamentos. Um split com a banda Deaf Kids e seu primeiro full length que levará o nome de "Os condenados da terra". O mito da caverna conta atualmente com ex membros do Praia de vômito e membros do Massacre em alphaville e Narayama. Doom extremamente lento e perturbado, com influências de crust e um forte discurso político, certamente "O mito da caverna" irá te atingir de alguma forma. Euforia ou desespero.


OMFALOS (Black Metal/Grindcore - DF)
Grupo composto por 2 membros. Os mesmos, são responsáveis por toda elaboração do processo de composição. Thormianak (guitarras) e Misanthrope (vocais), uma diversidade sonora que procura mostrar os conflitos mais intensos na mente humana como depressão, insônia, síndrome claustrofóbica e do pânico, entre outras misturando recursos sonoros, visuais, Jodorowsky e Balão Mágico.



SUBTERROR (Crust - DF)
Formado em 2009, o Subterror tem fortes influências do crust anos 90 e stenchcore. Em suas letras, retratam o ser humano e suas adequações nulas e ganânciosas desde o início de sua existência. Agora em trio, a banda aproveitará o evento para divulgar o split 7" com a banda húngara “Do you think I care?”.


SOROR (DF) 

Sŏror, ōris, f. [Sanscr. svasar; Goth. svister; Germ. Schwester; Engl. sister; Port. irmã]. São 4 mulheres que criam a partir dos seus feminismos e se encontram na música. Será o primeiro show desse projeto, que mistura e incentiva o espírito do lema “faça-você-mesma”. 




terça-feira, 7 de agosto de 2012

AGOSTO CIGANO

E eis que, enfim, a comunidade roqueira de Taguatinga terá o privilégio de prestigiar toda a energia do hardcore profano, libertino e libertário da banda AMEAÇA CIGANA, que se apresentará na cidade pela primeira vez e, de quebra, virá para lançar o seu primeiro LP, um belíssimo split, ao lado da parceira Homem Elefante.

O vinilzão, prensado em 5 cores diferentes e produzido nos Estados Unidos, envolveu os selos RAW Records, Give Praise, Laja, Rock Mutante Rex e Karasu Killer em sua produção. A grande bolacha estará à venda no dia e os 10 sons contidos (incluindo o cover da Poison Idea) no lado da AMEAÇA CIGANA estarão presentes no set list, além, é claro, de outras músicas rápidas e dançantes do repertório desse quarteto cigano.

Junto à AMEAÇA, estarão outras quatro bandas, que são SUBTERROR, PODRERA, DEPENDÊNCIA PULMONAR e DEAD ZONE.

A abertura ficará a cargo da novata DEAD ZONE, banda formada por thrashers de Águas Lindas do Goiás e com passagens por bandas como Massacre Bestial e Slaver. O som é thrash-metal com muitos elementos hardcore, algo na linha da Nuclear Assault. Portanto, cheguem cedo, pois é uma apresentação que promete ser bastante concorrida. Na seqüência virá o hardcore curto, rápido e agressivo da DEPENDÊNCIA PULMONAR, quarteto cria da QNG (quebrada de Taguatinga), com fortes influências do hc candango, leia-se DFC, Galinha Preta e Innocent Kids. Sem tempo para respirar, a conhecida e queridíssima banda PODRERA, irá infernizar com seu crossover de metal e hardcore, fazendo o público cantar músicas que começam a se desenhar como clássicas do underground local, como, por exemplo, “Dinheiro é coisa do capeta” e “Todo evangélico tem um passado podre”.

A penúltima atração será a SUBTERROR, que já há quase um ano ataca como um power trio. O som é um hardcore pesado e apocalíptico, com fortes doses de crust, grind e death-metal. Em um espaço curto de tempo, certamente, essa será uma das maiores bandas do hardcore casca-grossa do Brasil.
Para ficar ainda melhor, o Agosto Cigano – Thrash Core Fest ainda terá o lançamento do livro do desenhista e tatuador Daniel, que também toca nas bandas Flashover e Warcurse. “Sketchbook”, o livro recém lançado, contém apenas algumas de suas tatuagens.

Ao lado do Daniel estará a loja Filial do Rock expondo algumas raridades em vinil. Para completar, os pagantes ainda concorrerão a sorteios de CDs do selo candango RAW Records.

O Agosto Cigano terá início às 20 horas do dia 24 de agosto de 2012, sexta-feira. A entrada terá o simbólico preço de 10 reais (que dará direito aos sorteios) e o local será a aconchegante casa AMERICA ROCK, em Taguatinga (Pistão Sul, em frente ao carrefour). Compareçam!

Fellipe CDC